Um lindo dia da minha vida no trabalho

Sim a pessoa aqui trabalha, começo o dia resmungando às 7:30 da manhã porque não quero acordar, o Vitor me da um abraço e eu quase começo a babar em cima dele. Ele praticamente me joga dentro do banheiro onde vou cambaleando até o chuveiro, antes obviamente bato o joelho em algum lugar o que me faz acordar mais rapidamente. Tomo um banho rápido, escovo dente embaixo do chuveiro mesmo, saio coloco a primeira roupa que vejo pela frente o que significa que pode não estar passada, penteio meu cabelo de qualquer jeito uma vez que sei que dez minutos depois que chegar ao trabalho invariavelmente o enrolo todo num coque mal feito e passo assim o resto do dia.

Apresso o Vitor que apesar de acordar antes de mim como sempre está atrasado. Saímos de casa e como sou uma pessoa consciente do meio ambiente, vou lá e pego o ônibus, geralmente lotado e eu e o Vitor nos espremos até o fundo do ônibus, com pessoas quase querendo nos matar porque obviamente as mochilas atrapalham sua viagem super agradável. Quando enfim chego ao trabalho (sou muito chique trabalho numa multinacional), descubro que não posso subir porque ainda não são 5 para as nove e eu e mais uma dúzia de pessoa tem que ficar lá embaixo no frio esperando dar 8:55 para poder entrar na empresa...

Quando entro vou bater meu ponto de papel, numa máquina horrorosa e velha, uma daquelas que suja a mão e sinto que deveria estar procurando um capacete e um óculos de proteção, mas não vejo nenhum por perto... Vou para minha ilha (não, não temos mesas e sim ilhas) arreio minhas coisas, ligo o computador e fico de papo até meu magnânimo sinhozinho chegar e estalar o chicote, nos fazendo correr para nossas mesas, onde por fim colocamos o sistema para funcionar. Passa mais dez minutos e praticamente todas as pessoas do escritórios enfiam seus fones do ouvido na orelha e fingem que estão trabalhando, mas como eu sou eu, passa mais meia hora e já estou de saco cheio de ficar com esse troço enfiado na orelha e meu computador que é muito temperamental resolve que está com muita preguiça para trabalhar, as vezes tenho a impressão que ele não tem memória, apenas uma vaga lembrança.

Bem passado meia hora já comecei a papear com as outras meninas e o meu sinhozinho começa a tremer irritado com a nossa conversa, já que ele não faz absolutamente NADA o dia inteiro, passa o dia no telefone falando com os amigos do Rio Grande do Sul, e quando não está no telefone, está perturbando o nosso juízo. Então ele fica andando ao nosso redor e fica perguntando quantos faltam para nós acabarmos, memo assim não calamos a boca, por fim ele vê que não tem jeito e já sabemos que logo logo teremos mais uma dança das cadeiras.

O que onde você trabalha não tem dança das cadeiras? É tão divertido... Aqui funciona assim, quando o sinhozinho ta de saco cheio e com nada para fazer, o que é sempre, ele começa a mudar todo mundo de lugar e vamos nós com nossas, cadeiras e computadores para onde ele nos manda. Toda vez que ele vem com uma lista na mão para o nosso lado eu digo que vamos dançar a macarena, começamos a rodar as mesas enquanto ele canta a macarena quando ele gritar HAYYYYY, agente senta na cadeira que está na nossa frente rsrs.

Resumindo desde que ele assumiu o chicote faz uns três meses, eu já mudei de lugar 13 vezes, juro! E cada vez os computadores só foram piorando...

Enfim chega a hora do almoço, e todos que trazem marmita (eu me incluo) correm para a copinha para conseguir um lugar para comer sentado, aqui tem mais de cem pessoas trabalhando, entretanto nossa copinha só tem seis lugares para sentar. como sempre chego lá ta cheio e coloco minha marmitinha na fila para comer na segunda leva. Depois de enfim conseguir comer vou direto para a fila do elevador, se eu não descer e ver pessoas, para mim não tive almoço, sem contar que quando eu não faço isso tenho a leve impressão de que vou pirar a qualquer momento e jogar meu computador pela janela ou o sinhozinho quem sabe... O que é alguma coisa considerando que estamos no 11ª andar.

O problema do sinhozinho é que ele é um moleque tem 25 anos e sinceramente não sabe agir como coordenador, vive nos ameaçando e é um grosso e agente o atura porque não tem jeito mesmo, sem contar que agente sabe que as ameaças dele nunca dão em nada e tudo que acontece é ele ficar brincando de dança das cadeiras com agente.

Bem depois de ficar oito horas sentada de fente para o computador fingindo que estou trabalhando e ignorando o sinhozinho, é hora de ir embora, todo mundo levanta correndo para formar a fila para bater o cartão e sair o mais rapidamente possivel daqui de dentro para poder voltar a respirar ar puro. Desço o elevador sentindo que está saindo um peso das minhas costas, mas só me sinto livre de verdade quando já estou bem distante daqui aguardando para pegar o metro para voltar para casa e bem eu já contei para vocês como é o metro né... Isso quando não vou para academia subir na máquina de tortura.

Chego em casa arreio minhas coisas em cima do sofá de qualquer jeito, lavo o rosto e as mãos vou fazer a janta, quando está tudo pronto enfim posso descansar, tomo um banho, janto e por fim vou pensar no que posso escrever no próximo capítulo da fic. Meu marido chega conversamos um pouco, ele reclama que precisa de um estagiário eu escuto aquilo e dou razão a ele, mas na verdade ele fala a mesma coisa todo dia quando chega em casa... Ficamos um pouquinho juntos e capotamos na cama. E praticamente acabou meu dia e logo começa outro praticamente igual.